sexta-feira, maio 27, 2005

Lag Baomer



Lag Baomer acontece no trigésimo terceiro dia da contagem do Omer, que, no calendário judaico corresponde ao 18º dia do mês de Iyar, caindo no calendário civil deste ano, na Sexta-feira, dia 28 de Maio. O período de 7 semanas que se conta entre o segundo Seder de Pessach e Shavout é conhecido como Sefirat Haomer (contagem do Omer).

O nome Lag Baomer deriva do valor numérico das letras L(30) e G(3), 33 do Omer - LaG do Omer. É uma pequena festividade celebrada com piquenique e encontros ao ar livre em torno de fogueiras. Há também o costume de crianças brincarem com arco e flecha.


Omer é uma medida bíblica que determinava a quantidade de cevada recém colhida oferecida no Templo de Jerusalém.

Quando Adriano era imperador de Roma, os romanos atacaram os judeus e proibiram-nos de praticar a religião judaica. A Palestina ficou sob o domínio romano.
Durante este reinado de Adriano, surge Rabi Akiva, líder espiritual do povo judeu. Ele ensinava a Torah para vários discípulos, e, com essa proibição, passou a ensiná-los clandestinamente na floresta. De modo a enganar a vigilância dos soldados de Roma, eles levavam arco e flecha para fingir que eram caçadores. Também usavam a fogueira como um forte aliado: alguém ficava no topo de uma montanha para avisar, com a fumaça da fogueira, a aproximação de romanos.

Um dos discípulos de Rabi Akiva, Bach Cochva, tornou-se líder guerreiro do povo judeu. Ele organizou um exército de resistência para se libertarem do domínio romano. Mesmo com poucos guerreiros e armados com arco e flecha, conseguiram a vitória sobre as forças romanas, obrigando o imperador a enviar uma legião de Roma para acabar com a resistência dos judeus. O tempo foi passando e a luta continuava. Durante meses os estudos e os trabalhos foram abandonados.

Havia muita gente morrendo, passando fome e doente. Todos estavam muito tristes.
Começou então o pior. Repentinamente surgiu uma grave doença que matou muitos soldados judeus. Mas, no 33º dia de Sefirat Haomer, cessou a doença e deixaram de morrer soldados.

Desde então, os judeus resolveram que esse dia seria sempre muito alegre por causa do grande milagre que D'us fizera.

quarta-feira, maio 18, 2005

Chalá - o que é ?

Quando se refere à chalá, tem-se em mente um pão trançado ou redondo consumido em Shabbat:



As mulheres judias costumam assar duas chalot (chalot-plural de chalá) na Sexta-feira, em honra ao Shabbat.

Quando a Torah menciona a chalá, refere-se à parte que se tira da massa do pão antes de assar, e que era dada aos Cohanim (sacerdotes). Originalmente esta lei bíblica só se aplicava a produtos de Israel, mas após a queda do Templo e consequente dispersão dos judeus, os rabinos estenderam este mandamento à Diáspora.

Qual é, no entanto, o significado da chalá ?
Para entendê-lo, é preciso lembrar a saída do povo de Israel do Egipto. No deserto, os judeus queixavam-se de fome e sede. D'us então realizou um milagre ao deixar cair um pequeno grão que ninguém jamais havia visto. Quando perguntaram o que aquilo era, Moisés respondeu: "É o pão que D'us nos mandou do céu." Era o maná. Nas vésperas de Shabbat e nas vésperas dos feriados sempre caíam do céu duas porções de maná. É justamente em lembrança a este facto que, na Sexta-feira, são colocadas duas chalot na mesa do jantar.

Os judeus que sairam do Egipto alimentaram-se durante 40 anos de maná, um alimento celestial, totalmente diferente do chamado "pão da terra" usual. Os judeus haviam atingido um tipo de existência ideal, da qual não queriam abrir mão. D'us então revelou-lhes que, ao entrar em Canaã poderiam atingir o mesmo grau de santidade ao se alimentarem com o pão da terra, se separassem uma porção da massa do pão antes de assá-lo. Esta parte era entregue ao Cohen que só podia comê-la se estivesse ritualmente puro.

Após a destruição do Segundo Templo os Cohanim encontravam-se num estado de impureza ritual não podendo, portanto, comer a chalá. Por isso, a partir dessa época, começou a separar-se da massa de fazer pão uma pequena quantidade que é queimada e tirada fora.

A preparação da chalá é tida como uma tarefa especial das mulheres na família. Separar uma porção, isto é, a chalá, ao preparar o pão que serviria como alimento, é uma das três mitzvot que D'us ordenou às mulheres judias, juntamente com as leis da mikvé e do acender das velas de Shabbat.
Ao fazer isto, a mulher judia reconhece que o pão é uma dádiva divina. Ao seguir este mandamento, ela estará atraindo bênçãos para o seu lar e o seu acto é comparável à oferenda dos Cohanim na época do Grande Templo, às Sextas-feiras.

quinta-feira, maio 12, 2005

Os 13 Princípios do Judaísmo - Maimonides


Maimonides, ou simplesmente Rambam, como é conhecido até hoje Moshe ben Maimon, foi talvez o mais importante filósofo judeu de sua época. Nasceu em 1138, na cidade de Córdoba, Espanha, então sob domínio muçulmanos.
Maimonides elaborou os 13 princípios da fé judaica:


Existência de D'us
D'us é o criador de tudo.

Unidade de D'us
D'us é um, e não existe nenhuma unidade que se assemelha à Sua.

Incorporalidade de D'us
D'us não tem corpo e não se Lhe atribui nenhum conceito físico.

Eternidade de D'us
Ele existiu antes que algo existisse, e existirá para sempre.

Intermediação no culto
Só a Ele devemos dirigir as nossas preces.

A profecia
Todas as palavras dos nossos Profetas são verdadeiras.

A supremacia da profecia de Moisés
A profecia de Moisés é verdadeira, e ele foi o maior de todos os profetas.

Torah como sendo recebida do céu
A Torah que hoje possuimos é a mesma que foi transmitida a Moisés.

Imutabilidade da Torah
A Torah não será modificada e nunca haverá outra Torah.

Omnisciência da providência divina
D'us conhece todos os actos e pensamentos do homem.

Recompensa e punição
D'us recompensa aqueles que observam os mandamentos e pune aqueles que os transgridem.

Vinda do Messias
D'us mandará o Messias, e por mais que tarde, o esperarei todos os dias.

Ressureição dos mortos
Os mortos serão trazidos de volta à vida, quando D'us quiser que isto aconteça.

terça-feira, maio 03, 2005

O que é o shofar ?




Para ouvir o som dum shofar, clique em Play

O shofar é um dos instrumentos de sopro mais antigos usados pelo homem.
Para nós, o shofar não é um simples instrumento "musical"; não é usado por prazer ou divertimento. Longe disto ! Tem um sentido muito mais profundo. Possui a função da chamada para o arrependimento, avisando a chegada dos Dez Dias de Arrependimento, que começam com Rosh Hashaná e culminam com Iom Kipur.

Geralmente, o shofar é feito a partir de um chifre de carneiro, em memória do carneiro que foi oferecido em lugar de Isaac, que foi colocado sobre o altar como um sacrifício a D'us. D'us disse: "Toquem para Mim com um shofar feito de chifre de carneiro, e Eu me lembrarei do sacrifício de Issac e pensarei em vocês como se vocês, também, estivessem prontos a oferecer as vossas vidas a Mim."

O shofar deve ser curvo, para mostrar que devemos curvar os nossos corações perante D'us. Não deve ser decorado com ouro, tão pouco com cores. A única coisa permitida são alguns entalhes no próprio chifre, sem adicionar nada a isto.

O shofar emite três sons característicos: Tekiá – um som contínuo, como um longo suspiro; Shevarim – três sons interrompidos, como soluços; Teruá – nove (ou mais) sons curtíssimos como suspiros entrecortados.

Estes sons do shofar evocam e expressam sentimentos de profundo pesar pelas más acções que cometemos no passado.

Esta é a mensagem final do shofar, aquela do perdão Divino. Por isso, o último som do shofar é um toque longo, o Tekiá Guedolá (grande toque). Este som não representa soluço, nem suspiro ou lamento, mas um grito de triunfo e alegria, pois estamos confiantes de que D'us aceitou o nosso arrependimento.