terça-feira, abril 26, 2005

Seder na Hehaver

Realizou-se ontem 25.04.2005 /17 Nissan 5765 um seder simbólico na Hehaver/sinagoga Ohel Jacob, que contou com a participação do Rabino Boaz e a presença da maioria dos nossos associados. Decorreu como tem sido hábito (desde 1999) num ambiente alegre e de grande harmonia.

domingo, abril 24, 2005

ENSAIO PARA SONHADORES NOCTÍVAGOS de David Cabral

David Cabral, associado da Hehaver, anuncia o seguinte:


CONVITE


Editorial Minerva e o autor têm o prazer de convidar V. Exª, família e amigos, para a sessão de apresentação da obra de ficção (contos) ENSAIO PARA SONHADORES NOCTÍVAGOS (88 pp.) de David Cabral, a realizar na quinta-feira, dia 19 de Maio de 2005, pelas 19:15 horas em

PALÁCIO GALVEIAS - Biblioteca Municipal Central

Sala das Colunas - Campo Pequeno - Lisboa



(Autocarros: 1, 17, 21, 27, 28, 44, 45, 47, 49, 54, 56, 83, 90 / Metro: Campo Pequeno)


Coordenação da sessão e breve reflexão sobre a obra pelo animador-cultural Drº Ângelo Rodrigues. Apresentação da obra pelo Prof. Pedro Sena-Nunes. Selecção e leitura de um pequeno excerto de um conto pela actriz Kjerstie Kaase. Performance musical por Carlos Xavier e Gilberto Costa.

Gratos pela honra da comparência

quinta-feira, abril 21, 2005

O Seder de Pessach


A palavra Seder significa "ordem" em hebraico, e com este nome denomina-se a ceia festiva da primeira noite de Pessach (na Diáspora a primeira e a segunda), devido à ordem pré-estabelecida que devem guardar todas as bençãos, alimentos, bebidas, etc., desta celebração.


No início da ceia, quem preside (geralmente o pai ou o avô da família) tem diante de si, sobre a mesa, a Keará - "prato" com os símbolos de Pessach.
Entre eles destacam-se:
  • Maror: erva amarga, uma raiz picante, recorda a amargura que sofreu o povo judeu durante a escravidão no Egipto
  • Zroa: osso com carne assada, como lembrança do cordeiro pascal que era sacrificado em Pessach na época do Templo
  • Charósset: uma mistura de maçãs e nozes picadas e amassadas com vinho, simbolizando a massa dos blocos utilizados no trabalho dos nossos antepassados no Egipto
  • Carpás: verduras que se molham em água salgada - símbolo das lágrimas dos escravos no Egipto e as águas do mar que abriram passagem ao povo judeu
  • Betsá: um ovo, lembrança dos sacrifícios da festa
  • Chazéret: alface romana, que será utilizada como uma segunda porção de Maror


Complementam a mesa do Seder três Matzot colocadas uma em cima da outra (símbolo dos três sectores do povo judeu: Cohanim, - "sacerdotes" descendentes de Aarão; Leviim, - "Levitas", os filhos da tribo de Levi; e Israel todo o resto do povo), uma taça de vinho especialmente reservada para Eliahu Hanavi, o profeta Elías. Acredita-se que ele chega simbolicamente a cada lar judeu para participar por uns instantes junto com os presentes da noite do Seder. E finalmente as taças de vinho para todos, os quais se beberá, sucessivamente quatro vezes durante a noite. Essas quatro taças de vinho celebram a libertação dos judeis da escravidão do Egipto, quando D'us promete aos nossos antepassados: 'eu sou o Eterno ; e vos tirarei de baixo das cargas do Egipto e vos salvarei do seu serviço, e os redimirei com braço estendido, e com juízos grandes. E vos tomarei por meu povo" (Shemot- Êxodo 6.6-7).

Um dos principais símbolos da noite do Seder é a Matzah. No dia anterior a Pessach o consumo da Matzah está proibido, para estabelecer assim uma diferença entre as Matzot que se podem comer livremente durante o resto do ano e as que serão comidas na festa de Pessach como lembrança especial do Êxodo do Egipto. A Matzah também se denomina lechem oni, "pão da pobreza". Na noite do Seder o consumo das Matzot inicia-se no meio da cerimónia, junto com a ceia.

terça-feira, abril 19, 2005

Uma mini-animação do brit do Benjamin

segunda-feira, abril 18, 2005

Pessach: A Páscoa para os Judeus



Pessach começa no dia 15 de Nissan (que neste ano calha em 24-04-2005) e prolonga-se por 7 dias em Israel e por 8 dias na diáspora. O primeiro dia representa a saída do Egipto e o sétimo a passagem pelo mar vermelho, onde os judeus atravessaram em terra firme e seca. Os dias intermediários são chamados de CHOL HAMOED. Na diáspora, acrescentou-se um segundo dia festivo e o oitavo ( instituídos pelos judeus sefaradistas da Espanha).

Pessach sempre ocorre na Primavera de Israel, época de renovação da natureza. Quando Pessach cai num Sábado chama-se Shabbat Hagadol (o grande Shabbat), porque os judeus saíram do Egipto também num Sábado.

Pessach é a festa da libertação de Israel da escravidão egípcia. Pessach significa passar por cima, saltar, e assim se denominou esta festa, porque o Anjo que matou os primogénitos dos egípcios "saltou", isto é, "passou por cima" das casas judias, poupando os seus filhos mais velhos. É costume os primogénitos judeus jejuarem no dia 14 de Nissan, véspera de Pessach, como recordação do perigo que estiveram expostos os primogénitos judeus no Egipto.

Nestes oito dias é proibido comer pão e outras comidas levedadas, para lembrar-se quando, um povo inteiro, conduzido pela vontade de D'us encarnada em Moisés, saiu tão apressadamente do Egipto que a massa preparada para o fabrico do pão não teve tempo de fermentar. Nas primeiras noites celebram-se o Seder (significa "ordem" em hebraico, e com este nome denomina-se a ceia festiva), durante o qual contam-se a história da festa (Hagadah), bebendo vinho, comem-se a Matzah (pão sem fermento), maror (ervas amargas) que traz a recordação simbólica da escravidão no Egipto e, depois a libertação.

Recomenda-se que a casa esteja limpa para que não fique nenhum "hametz" (alimento fermentado), proibido em Pessach. O conceito de Hametz é simbólico. Representa os defeitos das pessoas, que devem fazer um exame de consciência dos seus actos, do seu comportamento, para se libertarem das más qualidades.

terça-feira, abril 12, 2005

O legado de futuro de Leite de Vasconcelos

A localização e outros factores que confirmam a presença judaica em Portugal foi constatada pelo Dr. Leite de Vasconcelos e encontra-se descrita nos volumes IV e X da sua obra Etnografia Portuguesa.

Este estudo tão exaustivo faz também parte de O legado de futuro de Leite de Vasconcelos divulgado no jornal noticias de 11.04.2005.

segunda-feira, abril 11, 2005

Brit Milah de filho de uma anus e de um judeu

Efectuou-se ontem, Domingo, dia 10.04.2005, 1 de Nissan de 5765, o Brit Milah de Benjamin, filho da nossa associada Eliana e neto de Adriana. O evento teve lugar na sinagoga Sharé Tikvah, em Lisboa.

É o primeiro Brit Milah de um filho de uma anus, que se encontra a efectuar o processo de retorno.


Algumas fotos:






quarta-feira, abril 06, 2005

Artigo no Jornal: "Sinagoga não é mais uma ilha no meio de Roma"

Do alto do seu metro e meio encolhido pela idade, Angelo ergue-se dos degraus de pedra branca que dão acesso à porta da sinagoga, cumprimentando os turistas que se precipitam a entrar. Dirige-lhes sempre um sorriso ou uma palavra, enquanto tenta adivinhar, pelo aspecto e sotaque, a nacionalidade. Não é por feitio. É defeito de profissão de quem, durante 26 anos, foi guia do templo hebraico de Roma e, outros tantos, guia da cidade. Aos 67 anos, apesar do vagar dos dias de reformado lhe permitirem estar noutras paragens, é ali que passa grande parte do tempo. Afinal, para este judeu nascido em Roma, a sinagoga é a sua segunda casa.

Situada na margem do rio Tibre, entre a ilha Tiberina, com a sua Ponte Fabricio, e o gueto judeu, a sinagoga de Roma não é mais uma ilha nem um gueto no meio do mundo católico. A ponte definitiva foi lançada por João Paulo II em 1986, ano que fica para a história como aquele em que, pela primeira vez, um papa pisou o chão de um templo hebraico.

A visita fica também para a história de Angelo, que já havia contado os segredos da sinagoga a muita gente, mas nunca a um membro da Igreja Católica. "Estava mesmo ao lado dele, até lhe toquei", recorda. "Foi muito emocionante, uma cerimónia muito bonita, centenas e centenas de pessoas junto à sinagoga. Ainda ontem a televisão passou as imagens." Depois do Papa, foram vários os padres e freiras que também por aqui passaram. "Antes era uma coisa impensável."

João Paulo II será recordado por Angelo como um homem de "grande abertura" que fez mais pela relação entre judeus e católicos do que os seus antecessores todos juntos. "Foi ao Muro das Lamentações, pediu desculpa ao povo hebraico, a quem chamava de irmão mais velho. São coisas que não se esquecem." Por isso, foi com "um sentimento muito forte" que recebeu a notícia da sua morte. Não vai à Basílica de São Pedro despedir-se - "é impossível com toda aquela gente" -, mas despede-se à sua maneira.

Longe da confusão dos milhares de fiéis concentrados no Vaticano para a última homenagem ao Papa, a sinagoga mantém a calma perante o turbilhão da cidade. Uma calma só interrompida pelos judeus que vêm fazer as suas orações diárias e pelos grupos de turistas e alunos de escolas que vêm ao museu conhecer mais da história da Roma hebraica. "A entrada custa seis euros. Pode visitar a sinagoga e o museu. Não é permitido fotografar nem filmar", repete o porteiro.

Logo atrás, o gueto judeu - "agora já não utilizamos a palavra 'gueto', chamamos-lhe 'bairro'" - faz lembrar os bairros históricos de Lisboa, nas suas ruas estreitas, assimétricas e desengonçadas que, subitamente, se abrem em pequenas praças, ou se quedam em becos sem saída. Nos prédios de cor laranja, há roupa pendurada em arames envelhecidos pelo tempo ao lado de lojas modernas, livrarias hebraicas e restaurantes.

Sentado nas escadas em frente ao Restaurante Kosher, onde o cardápio bilingue oferece como pratos do dia ravioli de carne e goulash à moda judia, Fabio Renato conversa animadamente com outros dois adolescentes. Camisola de capuz radical, sardas por toda a cara e cabelo muito ruivo a segurar o seu quipa, bebe sofregamente uma cola. Ainda não foi ao Vaticano, mas tem seguido atentamente a chegada da multidão a Roma pela televisão lá de casa, em pleno bairro judeu. "É muito bom para a economia, para as pessoas que têm aqui lojas e essas coisas". Além disso, "o papa era uma boa pessoa, fez boas coisas pelo povo hebraico". A conversa é interrompida pelo telemóvel. "Desculpa, liga-me daqui a cinco minutos, estou a dar uma entrevista importante sobre o Papa." Os amigos não resistem a soltar uma sonora gargalhada.

Fábio Renato ainda não era nascido quando João Paulo II visitou a sinagoga, mas recorda o acontecimento para ilustrar as boas coisas feitas pelo Papa. Se a escolha de um novo chefe da Igreja católica dependesse dele, nomeava alguém parecido com Karol Wojtyla, mas "que fizesse ainda mais pela paz e que acabasse com o terrorismo". Para um judeu de 15 anos, viver na capital do mundo católico, "às vezes é bom, outras vezes não. É bom porque podemos conviver com pessoas muito diferentes, é mau porque há católicos que nos detestam". Mas não são a maioria, "80% das pessoas não são assim". Os pais, judeus convictos, também simpatizam com João Paulo II. "Não ficaram deprimidos com a morte, mas têm admiração por ele, porque gostam de ver pessoas muito crentes, qualquer que seja a religião". Eles, como grande parte dos hebreus de Roma - "80%", novamente a precisão da percentagem -, vão assistir ao funeral pela televisão, garante.


by rute araújo in Diário de Notícias (06/04/2005)

segunda-feira, abril 04, 2005

Visita de grupo Italiano à Ohel Jacob

Ao nosso serviço de Havdalah (fim de Shabbat) efectuado no dia 2 de Abril, 22 de Adar II na Ohel Jacob, juntou-se um simpático grupo de judeus italianos, de WISO (Roma), que quiseram conhecer a história da nossa sinagoga.