domingo, dezembro 19, 2004

Os Judeus e as divisões geo-culturais (I)


Espalhados através dos continentes, os Judeus assimilaram grande parte da cultura dos povos entre os quais viveram, e muitas vezes o casamento exógeno acompanhado de conversões ao judaísmo trouxe para o grupo grande número de elementos, o que veio marcar profundamente o tipo físico desses Judeus: Louros em regiões europeias, morenos no norte da África, mulatos no Iémen, negros na Etiópia e no sul da Índia, mongólicos na Ásia Central; uns com o nariz grande, outros com nariz curto etc..

Em cada área geográfica desenvolveram costumes, tradições, linguagens, rituais diferentes e características, além do uso de nomes segundo as línguas locais. Individualizaram-se e regionalizaram-se através dos séculos.

Entre os principais grupos regionais, destacam-se:

Judeus Asquenazitas:
São chamados em hebraico “Ashkenazi” e em plural “Ashkenazim” (Ashkenaz = Alemão). Formaram-se culturalmente no Vale do Rio Reno, na Idade Média, para onde haviam sido levados cativos pelos soldados romanos após a destruição do Segundo Templo. O seu número aumentou consideravelmente com a chegada de novos contingentes, na Idade Média, vindos da Itália, atraídos pelos estímulos oferecidos por Carlos Magno.

As cruzadas, nos séculos XI e XII, obrigaram-nos a emigrar em massa para Europa Oriental (Polónia, Ucrânia, etc.), para onde levaram a “linguagem germano-renana” que falavam. Essa linguagem alto-germânica, em novo ambiente geográfico e social, tomou evolução filológica diferente da sua irmã do Vale do Reno: Conservou arcaísmo, introduziu neologismos, adoptou palavras russas, polacas e até latinas. Adaptou palavras hebraicas e aramaicas, modificou-se morfológica e fonéticamente e passou a ser escrita com alfabeto hebraico ou arameu-hebraico.

Até ao séc. XVIII os Judeus asquenazitas não usavam sobrenomes. Adoptaram, por imposição, para facilitar o seu registro para a arrecadação de impostos. Por isso os Asquenazitas usam sobrenomes alemães, russos, polacos, húngaros, jugoslavos, conforme a área em que viviam na época. São muita vezes nomes de lugares (ex. Berlinski, Frankfurter, Hamburguer) e nomes de profissões (ex. Treiger, Weiner, Weizmann, Goldman, Goldenberg).


Judeus Sefaraditas:
São ditos em hebraico “Sefardi”, em plural “Sefardim”, pois têm o seu nome derivado de Sefarad que significa Espanha em hebraico.

Supõe-se que os Judeus já viviam na Península Ibérica desde os tempos de Salomão. A cidade de Tarxixe ou Társis, mencionada na Bíblia (I Reis 10:22 e II Crónicas 9:21), como o local onde as naus de Salomão iam buscar prata, situava-se em Espanha, segundo uns, ou na Sardenha, segundo outros.

O número de Judeus na Espanha cresceu com a chegada dos cativos trazidos pelos romanos quando da destruição do Beit Hamikdash (templo sagrado), e, principalmente a partir do séc. VIII com a invasão Árabe.

Na Espanha medieval os Judeus espanhóis falavam o mesmo dialecto ibérico que as populações cristãs da península. Nos séc. XI e XII formaram uma grande civilização (a Época de Ouro Judeu-Espanhola). A partir de então passaram a adoptar também sobrenomes espanhóis (e portugueses), principalmente em função dos baptismos forçados durante a Inquisição.
Com a expulsão no fim do séc. XV (1492 da Espanha e 1947 de Portugal), levaram consigo para os seus novos destinos (norte da África, Império Otomano, Hamburgo, Bordéus, Amsterdão, Londres, Ferrara, Salónica, Ismirna e posteriormente Brasil) a sua linguagem latina. Arrancada do seu berço de origem, o idioma assumiria um novo rumo evolutivo, mantendo, de um lado, formas estruturalmente arcaicas, e de outro, acrescentando palavras portuguesas, árabes, gregas, turcas, hebraicas ou aramaicas e usando para a escrita o alfabeto arameu-hebraico. Conservou, todavia, estreita identidade com o Espanhol e Português, seja pela morfologia, sintaxe, fonética, semântica e gramática. A evolução do dialecto pelos Judeus emigrados iria dar origem ao Ladino entre os Judeus da Grécia, Turquia, Roménia, Bulgária, Sul da Jugoslavia, Albánia e até da Hungria , enquanto no norte do Marrocos uma variante seria chamada Haquitia, com mais influência do Árabe.

3 Comments:

At 3/12/2007 12:59 da manhã, Anonymous Anónimo said...

São Paulo 11 de Março de 2007 .
REUNIÃO DA FISBA

A FEDERAÇÃO ISRAELITA SEFARAD B’NEI ANUSSIM convida a todos que tenham interesse e tem por objetivo em ser um associado ,será realizada a reunião para apresentação do estatuto e regimento interno ,e apresentação da diretoria ,seus objetivos e filosofia , e estamos com apoio do Rotary Clube de São Mateus e autoridades locais .
Federação significa a ação de vários estatutos num só (pessoas jurídicas) único e soberano conserva sua autonomia em assuntos de caráter local, liga , união associação.
A FISBA não pode associar pessoas físicas, por este motivo,estamos incentivando aberturas de sinagogas, e da legalização de grupos de B’nei Anussim que querem o retorno para judaísmo .
Nossa entidade acredita e defende que o anussim que voltou a praticar Judaísmo sai da condição de descendente para judeu.
A Fisba busca o retorno formal dentro da lei judaica.
Comece um grupo em sua cidade , registre sua sinagoga e entre em contato conosco , não importa o tamanho , se vc precisar mandaremos o modelo do estatuto ,vcs serão independentes em seu estatuto , e podem representar a FISBA em seu estado .
Para poder ser um associado da FISBA nós temos que conhecer os associados,e conhecer o trabalho que desenvolvem em sua cidade ,para vermos se tem o mesmo objetivo da FISBA , e que o mesmo conheça nosso estatuto e regimento interno .


15 de Abril 2007 - São Mateus - São Paulo
Restaurante São Lourenço
Avenida Ragueb Chofhi n° 1500 às 15:00
maiores informações pelo fone 11 68481779



Atenciosamente



Marcos Moreira da Silva
Presidente da FISBA

 
At 2/15/2011 8:25 da tarde, Anonymous celio murilo pereira silva said...

dshalom aleichem marcos
meu nome é Célio murilo pereira silva,sou bnei anussim,comprovado através de pesquisas cientificas,como arvores genealogicas e pesquisas sobre costumes judaicos que existem na minha familia há gerações costumes como varrer a casa de fora para dentro,casamento entre primos,casamento entre tio e sobrinha
revelação por parte dos mais velhos que falavam para a familia que somos judeus,exemplo meu avô de abençoada memória que dizia para filhos e netos que somos judeus,minha familia é originaria do estado da bahia,onde existe uma das maiores concentrações de marranos do brasil e também do mundo,sou formado em história e pesquiso o fenomeno bnei anussim há dez anos,fiz meu retorno oficial ao judaismo com os rabinos Henri Sobel e Iehuda Busquila da cip,meu nome hebraico é Shlomo Ben Avraham,porque para o bnei anussim colocar o nome hebraico do pai é muito complicado,foram séculos de perseguições,sofrimentos,martirios de meus ancestrais e assimilação cultural e religiosa dos quais foram vitimas nossos ancestrais,durante a inquisição;
aqui na bahia estou realizando um trabalho cientifico,através de arvores genealogicas e questionarios com perguntas sobre costumes de familia visando descobrir práticas judaicas,em pessoas daqui da bahia que buscam resgatar e retornar as raizes judaicas,estive um trabalho do site da fisba,sobre costumes judaicos de familia e reconheci doze costumes judaicos existentes em minha familia ou seja são costumes que existem até hoje,tenho um primo que pretende retornar ao judaismo,falarei com ele sobre a fundação de uma sinagoga aqui em Ipirá bahia,estive lendo um comentario no site um comentario infeliz que falava sobre pseudos bnei anussim,não concordo porque podemos cometer injustiças com pessoas sinceras que além de terem descendencia marrana,querem retornar as origens,seu pleno direito,discordo de comentarios de certos estudiosos que alegam que muitos marranos atuais,descendem de gentiosque adotaram costumes judaicos,visão muito incoerente,porque o ganhariam esses pseudo gentios em adotar costumes,perseguidos pelos inquisidores,não vamos criar uma nova inquisição contra nossos irmãos sefaradins anussim,porque dentro da comunidade judaica,existem pessoas que se dizem marranos mas não provaram sua ascendencia judaica através de documentos genealogicos;
helio daniel cordeiro e paulo valadares não provaram que são marranos,porque ter avôs que vieram de portugal,não quer dizer que sejam marranos,devido ao fato que em portugal também ocorreu miscigenações ou nascer em são paulo não quer dizer que seja um bnei anussim.
fico feliz em saber da existencia da fisba,porque é um suporte para realizar o retorno de nossos irmãos anussim para o judaismo que é nossa origem e herança,e dar-lhes o direito de realizar aliá para Israel,onde eu estive e pretendo futuramente retornar e para finalizar que alerta-los sobre o perigo messianico que são evangelicos disfarçados de judeus,tentando converter nosso povo,todá rabá e shalom.

 
At 10/04/2011 2:53 da tarde, Blogger Wander said...

Célio,

estava pesquisando sobre a origem de minha família, e apesar de não conhecê-lo, segundo as suas sitações, somos primos!
Sou filho de Valmir Ataide da Silva, que é filho de Francisca Assis da Silva, neto de Cilistrenio Machado da Silva.....
Tentei achar o seu email para contatá-lo, mas não obtive sucesso.
Meu email é: wander-78@hotmail.com
Por favor me contate.

Wanderley O. da Silva

 

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