Obra do Resgate
Ben Rosh
Existiu no Porto um movimento liderado por Artur Barros Basto (Ben Rosh), capitão do exército Português, que deu origem ao renascimento do Judaismo nas Beiras e Trás-os-Montes.
A sua Obra do Resgate vai ser dada a conhecer através da publicação mensal da revista ha-lapid (o facho) que irá vigorar de 1927 a 1956.
Passaremos esporádicamente a transcrever alguns excertos dessa grandiosa obra.
A publicação HA-LAPID no seu número 1, e no artigo de abertura (O NOSSO FACHO), a um dado momento diz o seguinte:
A nossa divisa é "Adonai li ve-lo irá" (O Senhor comigo e nada receio) e por isso se D'us Bendito concordar com a nossa Obra, nós com o nosso esforço faremos, dentro em breve, o resgate redentor de milhares de portugueses que, ao norte do Tejo, vivem espiritualmente com umas vagas remniscências da religião dos seus antepassados.
Uma das encomendanças israelitas era o resgate dos cativos e hoje também há, na nossa terra, cativos a resgatar. Contamos pois convosco, filhos de Israel, para que a luz deste pequeno facho chegue até ao mais humilde lar cripto-judeu das terras portuguesas, e desta forma cooperareis na grande Obra do Resgate.
Porto - Nissan de 5687 (Abril de 1927)
1 Comments:
!! כל הכבוד
(kol hakavod = bravo!)
Estamos a aproximar-nos de chanukah, em que relembramos a bravura dos Macabeus que lutaram contra o poder estabelecido para libertar o nosso povo da opressão greco-síria. Temos aqui outro exemplo de bravura, o do Capitão Barros Basto, que, de igual forma, se ergueu e foi de encontro ao conformismo e ao medo que obrigou a que incontáveis famílias judaicas e seus descendentes ocultassem a sua identidade, mesmo após o negro período da Inquisição, ora por medo, ora por não terem quem os apoiasse. E, apesar dos "belmontes da vida", há ainda muito a fazer, de forma a recuperarmos os cativos entre o nosso povo, de norte a sul do País, ajudando-os a libertar-se da opressão daqueles por vezes tão próximos e, ao ao mesmo tempo, tão longe de nós, abrindo-lhes os portões de regresso a beit Yisrael. Enquanto antigas vozes se calam, outras erguem-se com bravura e destemor, continuando a louvável obra de resgate dos anussim portugueses. Parabéns pela iniciativa!
J. Costa
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