domingo, novembro 28, 2004

Obra do Resgate


Ben Rosh

Existiu no Porto um movimento liderado por Artur Barros Basto (Ben Rosh), capitão do exército Português, que deu origem ao renascimento do Judaismo nas Beiras e Trás-os-Montes.
A sua Obra do Resgate vai ser dada a conhecer através da publicação mensal da revista ha-lapid (o facho) que irá vigorar de 1927 a 1956.

Passaremos esporádicamente a transcrever alguns excertos dessa grandiosa obra.



A publicação HA-LAPID no seu número 1, e no artigo de abertura (O NOSSO FACHO), a um dado momento diz o seguinte:


A nossa divisa é "Adonai li ve-lo irá" (O Senhor comigo e nada receio) e por isso se D'us Bendito concordar com a nossa Obra, nós com o nosso esforço faremos, dentro em breve, o resgate redentor de milhares de portugueses que, ao norte do Tejo, vivem espiritualmente com umas vagas remniscências da religião dos seus antepassados.

Uma das encomendanças israelitas era o resgate dos cativos e hoje também há, na nossa terra, cativos a resgatar. Contamos pois convosco, filhos de Israel, para que a luz deste pequeno facho chegue até ao mais humilde lar cripto-judeu das terras portuguesas, e desta forma cooperareis na grande Obra do Resgate.

Porto - Nissan de 5687 (Abril de 1927)

1 Comments:

At 11/28/2004 5:31 da tarde, Anonymous Anónimo said...

!! כל הכבוד
(kol hakavod = bravo!)
Estamos a aproximar-nos de chanukah, em que relembramos a bravura dos Macabeus que lutaram contra o poder estabelecido para libertar o nosso povo da opressão greco-síria. Temos aqui outro exemplo de bravura, o do Capitão Barros Basto, que, de igual forma, se ergueu e foi de encontro ao conformismo e ao medo que obrigou a que incontáveis famílias judaicas e seus descendentes ocultassem a sua identidade, mesmo após o negro período da Inquisição, ora por medo, ora por não terem quem os apoiasse. E, apesar dos "belmontes da vida", há ainda muito a fazer, de forma a recuperarmos os cativos entre o nosso povo, de norte a sul do País, ajudando-os a libertar-se da opressão daqueles por vezes tão próximos e, ao ao mesmo tempo, tão longe de nós, abrindo-lhes os portões de regresso a beit Yisrael. Enquanto antigas vozes se calam, outras erguem-se com bravura e destemor, continuando a louvável obra de resgate dos anussim portugueses. Parabéns pela iniciativa!
J. Costa

 

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