Ha-Lapid: Romance de Judah, o Trovador
Romance de Judah, o Trovador
Judah é bom trovador,
Mas também sabe bailar;
Na guitarra é um primor
Rouxinol no seu cantar.
Numa festa de purim
Judah falou a Thamar,
Cantou, dansou e no fim
Dela foi s'enamorar.
E tão grande era a paixão
Deste judeu trovador,
Que não ganhava o seu pão,
Mas cantava o seu amor.
Rico o pae de Thamar
Ao pobre nosso cantor,
Sua filha não quiz dar
Para a dar a um velho doutor.
Numa noite de luar,
Judah foi a casa dela,
Para cantar e suspirar,
Debaixo já da janela.
Ouvindo tão grande dôr,
A linda e bela Thamar
Fugiu co'o seu trovador,
Para com ele se casar.
E foram sempre a correr,
sempre, sem nunca parar,
Até à porta bater
Do Rabbi-mór Eleasar.
Não temaes, ficae aqui,
Esperando o pae de Thamar;
Lá lhes disse o bom Rabbi,
E logo o foi procurar.
Convence o pae tão rude
O nosso doutor Rabbino,
C'um preceito de Talmud,
E com razões de ladino.
Casou Judah com Thamar
Unindo seu grande amor,
Muita gente foi lá bailar
Nas bodas do trovador.
Usa-se no Porto, nas festas de casamento, cantar este romance popular numa tradicional dansa de roda e então canta-se com o seguinte:
Estribilho
É bom cantar, e é bom dansar,
Quando ha vida e ha ardor;
Quer a alegria cantar
E quer dansar o amor.
Ha-Lapid nº 12, Porto -Sivan-Tamuz 5688 (Junho de 1928)
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